Padre José Adriano Ukwatchali
Seminario del Buen Pastor
Angola
O rito foi definido como aquilo que da’ a
espessura à celebração dos sagrado. A consciência do homo religiosus nasce exactamente dos ritos porque e’ um ser
cultural e cerimonial, isto e’, vive a partir dos ritos.
Os africanos bantos têm os seus ritos para
celebrar o sagrado, as suas cerimonias rituais. Os ritos na vida são
necessários para ritmar e harmonizar a
existência com cores diversas.
O africano e’ conhecido como o homem do rito,
celebra-o ainda hoje com solenidade e mistério em cada etapa da sua vida. Do
nascimento ao túmulo e ate’ na vida do além-túmulo.
Os ritos africanos abraçam deste modo o inteiro
arco da vida. Vive-se celebrando com ênfase os ritos de passagem e entre estes
são dignos de nota os ritos de iniciação.
Quem se recusa a estes ritos , corta com a “corrente vital”, rompe a
harmonia com a comunidade e não faz mais parte da “participação vital”.
Em quase todas sociedades africanas cumprem-se os
ritos e cerimonias assinalar momentos de transformação. Os mais famosos são
aqueles do nascimento, de iniciação, da puberdade e da morte. São os ritos de crise vital, que se definem como: “
momento importante do desenvolvimento físico ou social de uma pessoa, como o
nascimento, a puberdade ou a morte[1].
Os ritos de iniciação são revestidos de sagrado,
de uma linguagem mistico-religiosa. Aqueles que não foram iniciados são
tidos como profanos , por isso, não
podem ter acesso a esta cerimonia considerada de sacralidade mitico-misteriosa.
Entre os segredos que o africano banto conserva
dentro de si, aqueles da iniciação são os mais sagrados, porque exprimem o seu
“universo linguistico” com uma simbologia, para alem do impacto físico.
Para a mentalidade africana banto, a pessoa e’ em
construção, servem por isso, os ritos de passagem para ajuda-la a entrar nos
momentos decisivos da vida, que modificam a sua historia, e assim ser em grau
de penetrar sempre mais no mistério da “vida
participada “. A iniciação e’ um processo permanente na vida humana.
O homem pode penetrar sempre mais no mistério da
vida participada, mas nunca pode conhecer, manipular ou dominar as imensas
capacidades dos dois mundos, tão fecundos em diversidade e possibilidade.
O “muntu” sabe que Deus permanece sempre o “Outro
misterioso e que nunca esgotara’ o mistério da “participação vital” e tambem
não conhecera’ as incessantes e imprevista acções do dinamismo vital.
Os ritos são para o “muntu” um suporte a religião,
porque inserem as pessoas no interior
da vida religiosa e cultural do grupo.
Constituem verdadeiramente o fundamento da
comunidade.
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